Entenda a diferença entre os dois jogos!

Desde o surgimento de Pathfinder Playtest (a versão de testes de Pathfinder 2ª Edição), surge nas redes sociais (e principalmente em grupos de Pathfinder RPG), o questionamento a respeito da comparação entre D&D 4ª Edição e Pathfinder 2ª Edição. Será que os dois jogos são tão similares a ponto de existir comparações entre eles?

A resposta é não e sim: não porque a comparação que grande parte das pessoas estão realizando – comparando os poderes da 4ª edição com os talentos de Pathfinder 2ª Edição – é infundada.
Mas sim, algumas da comparações são válidas porque o jogo tem, de fato, as suas particularidades com D&D 4ª Edição.

Nosso artigo explora essa comparação!

Comparando D&D 4E com Pathfinder 2E
Créditos: Paizo Inc.

Os talentos versus poderes

Quando as pessoas tecem seus comentários a respeito dessa comparação, muitas delas usam os talentos de Pathfinder 2ª Edição como parâmetro – o que é um grande erro.

Para quem não teve a oportunidade de ler a segunda edição de Pathfinder , os talentos em PF2 funcionam de forma similar à 1ª Edição ou outros jogos que utilizam a OGL.
Ao escolhê-los, você pode receber bonificações em determinadas rolagens, aumentar o seu ranking de proficiência em determinada atividade ou realizar determinadas atividades usando um menor número de ações (resumidamente, você pode realizar três ações em PF2 e tudo o que você fizer consome uma ação, desde andar, atacar, dar um passo de ajuste, etc).

Um exemplo do último ponto do parágrafo acima é o talento granadeiro rápido, do Alquimista. Com este talento, você pode puxar duas bombas de sua mochila com uma única ação. Sem esse talento, você precisaria usar duas ações para puxar duas bomba.

Já em D&D 4ª Edição, poderes são…poderes. Um guerreiro pode soltar uma rajada de golpes que adiciona cinco dados de dano no ataque em até dois alvos, um ataque giratório ou um golpe destruidor que diminui a CA do alvo. O clérigo usa poderes para conjurar preces e poderes curativos e o mago pode conjurar até mesmo uma bola de fogo (lembrando que não há magias em D&D 4E, as magias se tornaram poderes)!
Além disso, os poderes de D&D 4ª Edição são separados em poderes à vontade, poderes limitados por encontro e poderes limitados por dia – refletindo a grandiosidade de alguns poderes.

Note a diferença entre ambas as edições: enquanto em Pathfinder, os talentos são, em sua grande maioria, passivos e subvertem a economia de ações; D&D 4ª Edição apresenta os poderes como principal fonte de dano das classes e serve de base para grande parte do equilíbrio do sistema.
Comparar ambos os jogos por conta dos talentos de PF2 é como comparar o Goku soltando kamekameha (4E) com o Mr. Satan e todas as suas habilidades marciais (PF2).

Outras comparações

Dito tudo isso, é inegável que Pathfinder 2ª Edição tem algumas inspirações em D&D 4ª Edição. Alguns exemplos são:

  • O combate tático: A grande quantidade de poderes faz com que D&D 4ª Edição tenha um combate extremamente tático. A grande variedade de ações de Pathfinder 2ª Edição e a economia de três ações transforma o combate em um verdadeiro baile tático.
  • Os Arquétipos de Multiclasse e os Arquétipos de Prestígio: Os arquétipos de multiclasse e arquétipos de prestígio de Pathfinder 2ª Edição são claramente inspirados nos talentos de D&D 4ª Edição.
  • Dados Extras de Dano: As classes marciais conseguem causar grandes quantidades de danos (rivalizando com as classes conjuradoras) devido a mecânica de causar dados extras de dano ao utilizar os poderes. Pathfinder 2ª Edição possui mecânicas que também aumentam a quantidade de dados de dano que você causa com suas armas.
  • Nível nas rolagens: Em D&D 4ª Edição, você adiciona metade do seu nível em muitas das rolagens. Em Pathfinder 2ª Edição, você adiciona seu nível em todas as rolagens (e até mesmo na Classe de Armadura).

Existem outras semelhanças entre os dois jogos, mas são semelhanças que outros jogos (como D&D 5ª Edição e D&D 3.5) também compartilham. E esse é um dos grandes pontos fortes de Pathfinder 2ª Edição: o sistema adota diversas mecânicas que deram certo em outros jogos, como a simplicidade de D&D 5E, a customização de Pathfinder 1E e o combate tático de D&D 4E. No final do dia, criou-se um sistema altamente customizável (já no 1º nível, você pode criar milhões de personagens distintos), fácil de entender e jogar!

Vale destacar também que não é nenhum demérito ter mecânicas inspiradas em D&D 4ª Edição. Embora o sistema não tenha tido o sucesso comercial esperado, o jogo possui diversas mecânicas boas e que foram adicionadas em D&D 5ª Edição, ainda que com alguns ajustes.
Exemplos de mecânicas que foram replicadas em D&D 5ª Edição são:

  • Pulsos de Cura (chamado de Dados de Vida na 5ª Edição).
  • Surto de Ação.
  • A economia de ações.

A Batalha de Pathfinder 2E

Para terminar, é importante ressaltar que a verdadeira batalha de Pathfinder 2ª Edição é competir com D&D 5ª Edição.

Olhares mais atentos devem ter notado que Pathfinder 2ª Edição ataca, sem piedade, todas as principais fraquezas do carro-chefe da Wizards of the Coast, a se destacar:

  • A baixíssima customização de personagens.
  • O combate extremamente limitado.
  • A falta de bonificações nas rolagens, resumindo tudo a vantagem e desvantagem (consideramos essa mecânica boa, mas tem gente que não gosta por dar “muita corda ao azar”).
  • A irrelevância dos pilares de exploração e interação (e a Paizo criou um bom sistema de downtime).
  • A tortuosa tarefa de criação de encontros, principalmente nos níveis mais altos.
  • Um sistema voltado para ser jogado apenas nos níveis mais baixos – o sistema literalmente quebra a partir do 12º nível.

Ver os erros do rival fez com que a Paizo conseguisse dar um direcionamento muito bom para o seu jogo, esquivando dos problemas da 5ª Edição e reforçando os pontos fortes de seu jogo. Além disso, ter assumindo Golarion como o cenário de campanha do jogo foi um ponto extremamente positivo, já que tudo o que virá a ser lançado abordará este cenário, o que certamente aumenta o valor de cada um dos livros para o cliente.

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