A licença foi criada em parceria com outras editoras do mercado!

E a confusão envolvendo a nova Open Game License (ou OGL) não para: em retaliação à atualização da OGL que vazou nesta semana (e que você pode entender mais sobre nesta publicação), a Paizo anunciou uma nova licença aberta: a Open RPG Creative License, ou apenas ORC!

Muitos cogitaram a possibilidade das editoras se canibalizarem em busca de angariar a maior quantidade possível de criadores independentes. Todavia, isso não foi o que aconteceu: vários dos principais estúdios third-party, além de outros estúdios não diretamente envolvidos com Dungeons & Dragons, se uniram na iniciativa da Paizo.

As seguintes editoras sinalizaram positivamente para com a proposta da Paizo: Chaosium, Kobold Press, Legendary Games e uma série de outros estúdios menores.

Uma das características da Open RPG Creative License é o fato dela não estar atrelada a uma editora de RPG específica: a detentora da licença será a Azure Law, uma empresa de propriedade intelectual e que trabalha em conjunto com a Paizo. O intuito disso é a licença ser um porto seguro mesmo em casos onde companhias de RPG sejam encerradas, vendidas ou que passem por profundas mudanças organizacionais – a integridade da licença estará mantida.

Ainda, a Paizo planeja criar uma fundação sem fins lucrativos voltada para administrar a licença – fundação essa que estará ligada com outros valores de código aberto, tal como ocorre com o Linux e a Linux Foundation.

Por fim, vale ressaltar que a Paizo, junto com outras empresas, desenvolverá uma licença, mas não uma SRD. O intuito é apenas fornecer uma ferramenta legal válida para que os criadores de conteúdo e estúdios desenvolvam materiais para jogos de outros sistemas. Pathfinder e Starfinder, por exemplo, serão dois dos jogos que terão essa licença, o que permitirá que fãs, criadores de conteúdos e estúdios produzam materiais para os dois jogos, além de qualquer outro que também a tenha.

Veja abaixo a publicação oficial da Paizo:

Pelas últimas semanas, circularam notícias nas mídias sociais e entre desenvolvedores sobre uma nova versão da Open Game License, criada pela Wizards of the Coast. Jogadores ao redor do mundo ficaram se perguntando quais são os planos da Paizo acerca das intenções da Wizards de desautorizar a OGL 1.0(a). Nós ficamos aguardando maiores informações, esperando que a Wizards of the Coast/Hasbro pudessem perceber que, por mais de 20 anos, a OGL foi uma licença mutualmente benéfica que não deveria (e poderia) ser revogada.

Nós acreditamos que qualquer interpretação de que a intenção da OGL 1.0 ou 1.0 (a) era que pudesse ser revogada ou capaz de ser desautorizada é incorreta, e com boas razões.

Nós estávamos lá.

A dona da Paizo, Lisa Stevens, e o presidente da Paizo, Jim Butler, eram líderes do time de Dungeons & Dragons na Wizards naquela época. Brian Lewis, co-fundador de Azora Law, a empresa de propriedade intelectual que presta serviços para a Paizo, era o advogado da Wizards e que apresentou a estrutura legal para a OGL. A Paizo também trabalhou de forma bastante próxima com Ryan Dancey, o visionário que concebeu a OGL em primeiro lugar, discutindo acerca dos problemas relacionados com a OGL.

A Paizo não acredita que a OGL 1.0a pode ser “desautorizada” . Enquanto estamos preparados para argumentar sobre isso em uma corte, caso necessário, nós não queremos fazer isso, e nós sabemos que várias de nossas editoras parceiras não estão em posição para tal.

Nós não temos interesse em seja lá qual for a nova OGL da Wizards. Em vez disso, nós temos um plano que nós acreditamos que irá manter vivo o espírito da Open Game License de forma irrevogável e inquestionável.

Conforme a Paizo evoluiu, os trechos da OGL que nós valorizávamos mudaram. Quando precisávamos rapidamente publicar a primeira edição de Pathfinder para continuar produzindo nossas populares aventuras mensais, em 2008, usar a mesma linguagem da Wizards era importante e (mais) rápido. Mas em nossos produtos não relacionados com RPG, incluindo os romances de Pathfinder Tales, o Pathfinder Adventure Card Game e outros produtos, nós mudamos nosso foco para longe das metáforas de D&D com o intuito de ficarmos mais inclinados para com as ideias de nossos próprios escritores. No momento em que trabalhávamos com a segunda edição de Pathfinder, a Open Game License da Wizards of the Coast era significativamente menos importantes para nós, e logo, nossos designers e desenvolvedores escreveram a nova edição sem usar quaisquer das expressões de mecânicas de jogo da Wizards sujeitas a copyright. Apesar de termos nos mantido publicando através da OGL, o motivo para tal não era mais para que isso permitisse a Paizo usar expressões da Wizards, mas para permitir que outras companhias usem nossas expressões.

Nós acreditamos que cenários de jogos abertos tornam jogos melhores, aumentam os lucros de todos os envolvidos e enrique a comunidade de jogadores que participam de nosso incrível hobby. Sendo assim, nós convidamos os jogadores de todo o mundo para nos juntar no próximo grande capítulo de jogos abertos, com o lançamento de uma nova, perpétua e irrevogável Open RPG Creative License (ORC).

A nova Open RPG Creative License será criada para ser agnóstica de sistema para estúdios de jogos independentes, através da orientação legal da Azora Law, uma empresa de propriedades intelectuais que representa a Paizo e diversos outros estúdios de jogos. A Paizo irá pagar pelo trabalho legal. Nós convidamos os desenvolvedores de jogos ao redor do mundo para se juntar a nós em suporte a uma licença agnóstica de sistema que permitirá a todos os jogos produzir seus únicos documentos de referência do sistema aberto e que abrirá sistemas de jogo para todo o mundo. Para se juntar aos nossos esforços e fornecer sua opinião acerca dos rascunhos da licença, por favor, se registre usando este formulário.

Além da Paizo, Kobold Press, Chaosium, Legendary Games e uma lista crescente de estúdios já concordaram em participar da Open RPG Creative License, e nos próximos dias, torceremos e esperamos que este grupo aumente substancialmente.

O ORC não será propriedade da Paizo, nem de uma companhia que lucre publicando RPGs. A Azora Law será a dono do processo, e sua administração deverá fornecer um porto seguro contra qualquer companhia sendo comprada, vendida ou tendo mudanças organizacionais no futuro, e que tente encerrar direitos ou anular seções da licença. Por fim, planejamos criar uma organização sem fins lucrativos, com histórico e valores voltados para código aberto, para ser a proprietária da licença (tal como a Linux Foundation).

E é claro: A Paizo planeja continuar a publicar Pathfinder e Starfinder, mesmo que nós nos movermos para longe da Open Gaming License. Uma vez que meses de trabalho ainda estão sendo impressos, você verá a familiar OGL 1.0(a) no final de nossos produtos por um tempo, ainda. Enquanto a Open RPG Creative License estiver sendo finalizada, nós iremos imprimir os produtos de Pathfinder e Starfinder sem qualquer licença, e iremos adicionar a licença completa nestes produtos quando esta for concluída.

Nós esperamos que você continue a dar suporte para a Paizo e qualquer outro estúdio de jogos neste período difícil para todo o hobby. Você pode fazer sua parte ao dar suporte às diversas companhias que produziram conteúdo usando a OGL. Dê suporte para Pathfinder e Starfinder ao visitar sua loja local, se tornando assinante de Pathfinder ou Starfinder ou tomando vantagem do código de desconto OpenGaming durante a finalização da compra para ter 25% de desconto ao comprar o Core Rulebook, Core Rulebook Pocket Edition ou o Patfhfinder Beginner Box. Dê suporte para a Kobold Press, Green Ronin, Legendary Games, Roll for Combat, Rogue Genius Games e outras desenvolvedoras que trabalham para preservar um futuro próspero para o Jogo Aberto que é perpétuo E irrevogável.

Estamos do seu lado. Você pode contar conosco que não voltaremos atrás com nossas palavras.

Pra sempre.

Comunicado da Paizo Inc.

O que é a OGL?

A Open Game License (ou Licença de Jogo Aberto) surgiu na aurora da edição 3.0 de Dungeons & Dragons, sendo considerada revolucionária até os dias de hoje, mais de vinte anos após o seu advento. O documento, pequeno o suficiente para caber em uma única página, apresenta diretrizes para que criadores de conteúdos e estúdios reutilizem conteúdos presentes nos livros de regras de Dungeons & Dragons.

Os conteúdos passíveis de serem reutilizados em outras obras estão listados em um segundo documento, intitulado System Reference Document, ou apenas SRD. Logo, a OGL é a licença que permite a reutilização de conteúdos, enquanto a SRD apresenta o que pode ser reutilizado.

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