E o assunto continua rendendo!
A Wizards of the Coast veio a público novamente para falar sobre a Open Game License (ou apenas OGL). Kyle Brink, produtor executivo da marca Dungeons & Dragons, apresentou mais detalhes sobre a nova versão da OGL – agora, intitulada OGL 1.2 em vez de OGL 1.1.
O que há de novo na OGL 1.2?
Como você pode ver através desta publicação, a Wizards of the Coast disponibilizou o rascunho da OGL 1.1 para alguns criadores de conteúdo e estúdios. Este documento acabou vazando para o público geral, o que transformou o assunto OGL na principal pauta das últimas duas semanas para quem vive dentro do universo dos RPGs de mesa.
- Saiba mais: Entenda as mudanças da OGL 1.1!
Abaixo, você pode conferir o que foi alterado em relação ao esboço da OGL 1.1:
- Creative Commons: A nova Open Game License estará disponível através de uma licença Creative Commons. A Creative Commons é uma organização sem fins lucrativos, conhecida por ter desenvolvido uma série de licenças públicas, que determinam como certos tipos de materiais podem ser reaproveitados – incluindo comercialmente;
- Diretos sobre o material: A Wizards of the Coast não terá qualquer direito acerca do material que você criar – ele é seu;
- Distinções entre materiais comerciais e não-comerciais: Estas distinções foram removidas da licença.
- Distintivo: Você terá que colocar um distintivo de criador de conteúdo da comunidade em suas criações.
- Irrevogável: A Wizards of the Coast inseriu este importante termo jurídico na OGL 1.2;
- OGL 1.0a: Os conteúdos criados usando a OGL 1.0a não serão afetados pela OGL 1.2;
- Royalties: A Wizards of the Coast não cobrará mais royalties para materiais desenvolvidos com a OGL 1.2;
- Sem registros: Você não precisará registrar os materiais criados através da plataforma D&D Beyond.
- Sem relatórios: Nada de ter que dar satisfação para a Wizards of the Coast acerca do que você anda criando, ou quanto recebe por eles.

Além do documento em si, a Wizards of thje Coast também apresentou uma pesquisa de satisfação acerca da nova OGL. Segundo a organização, o intuito é que a nova OGL seja uma criação coletiva e com efetiva participação da comunidade.
Você pode acessar o novo documento e a pesquisa pública através dos links abaixo, em inglês. A pesquisa se manterá aberta até o dia 3 de fevereiro.
O que se manteve em relação ao rascunho?
Mesmo com toda a polêmica, a Wizards of the Coast optou por manter neste rascunho alguns pontos presentes no esboço da OGL 1.1. Vamos a eles:
- Aplica-se apenas a TTRPG: A OGL 1.2 se aplicará única e exclusivamente a conteúdos de RPG de mesa (ou Tabletop RPGs). O estúdio promoveu alguns esforços para explicar que vídeos, livestreams, podcasts e afins não serão afetados pela mudança na OGL – afinal de contas, a OGL original já não englobava estes tipos de conteúdos.
- Desautorização da OGL 1.0a: Toda a discussão atual ocorre porque a Wizards of the Coast deseja desautorizar a OGL 1.0a. Segundo o estúdio, o intuito de desautorizar a licença anterior é efetivamente impedir que conteúdos discriminatórios ou que propaguem discurso de ódio não possam mais ser desenvolvidos utilizando a licença.
A OGL 1.2 insere um apêndice que se aplica exclusivamente para VTTs (Virtual Tabletops, plataformas para jogar RPG de forma virtual). Segundo a empresa, existe uma linha cada vez mais tênue entre VTTs e videogames, e o estúdio deseja se certificar de que as plataformas de VTT que utilizem a OGL não cruzem essa linha.
Uma plataforma de VTT poderia ter todo o texto descritivo da magia Mísseis Mágicos, adicionar fórmulas que permitem que o dano seja rolado automaticamente e até mesmo reduzir os pontos de vida do alvo que for atingido. Ele não pode, contudo, adicionar animações que façam com que o Míssil Mágico saia da mão do token de seu personagem, cruze todo o campo de batalha e atinja o alvo. Algumas plataformas (como o Foundry e o Roll20) fornecem estes tipos de animações para jogadores e mestres.
Segundo a Wizards of the Coast, os VTTs que poderão usar a licença são aqueles que se limitam a replicar a experiência de se sentar ao redor de uma mesa com seus amigos.
É importante destacar aqui que a Wizards of the Coast está produzindo sua própria plataforma de VTT, que deverá funcionar em conjunto com o D&D Beyond.
Fim dos boatos
Além de disponibilizar um rascunho da nova OGL, a Wizards of the Coast também tratou de clarificar algumas questões quentes que surgiram na última semana, através do “vazamento” de algumas informações internas da organização.
A primeira informação divulgada apresentava o D&D Beyond como a única ferramenta para se jogar One D&D. Não haveriam sequer produtos físicos de One D&D: tudo relacionado a One D&D ficaria concentrado no D&D Beyond. Ainda, para que os jogadores pudessem acessar os conteúdos relacionados como a próxima experiência relacionada a Dungeons & Dragons, eles deveriam pagar uma mensalidade de US$ 30 (cerca de R$ 156 mensais).
Dois fatores fizeram com que este boato ganhasse ainda mais força: uma foto de um slideshow do D&D Beyond (créditos ao portal Geek Native), que mostrava novas formas de monetizar o serviço (o que incluía uma nova assinatura de US$ 29,99, que fornecia personagens e campanhas ilimitadas); e uma reunião com investidores, onde a Hasbro, através de um de seus executivos, informava que Dungeons & Dragons era mal monetizado.
Na publicação sobre a OGL, a Wizards of the Coast se limitou a dizer que a informação acerca da assinatura de US$ 30 não passava de um boato.
A segunda questão questionava a maneira como a Wizards of the Coast lidava com a opinião do público, em especial na coluna One D&D Unearthed Arcana. Segundo o youtuber D&D Shorts, um funcionário da Wizards of the Coast lhe enviou um e-mail informando que “os feedbacks escritos não eram levados em consideração”. Quase que imediatamente após a publicação, diversos funcionários da Wizards of the Coast (incluindo Ray Winninger, ex-diretor do time responsável por Dungeons & Dragons) vieram a público informar que a informação é improcedente.
Através do FAQ (Frequently Asked Questions, ou Perguntas Frequentes), a Wizards of the Coast informou que a equipe de Dungeons & Dragons é composta por funcionários cujo trabalho é compilar e analisar o feedback do público, e que estas opiniões tornaram o jogo melhor desde a última década.
Agora, restará saber como a Wizards of the Coast lidará com a opinião do público acerca da nova licença.
O que é a OGL?
A Open Game License (ou Licença de Jogo Aberto) surgiu na aurora da edição 3.0 de Dungeons & Dragons, sendo considerada revolucionária até os dias de hoje, mais de vinte anos após o seu advento. O documento, pequeno o suficiente para caber em uma única página, apresenta diretrizes para que criadores de conteúdos e estúdios reutilizem conteúdos presentes nos livros de regras de Dungeons & Dragons.
Os conteúdos passíveis de serem reutilizados em outras obras estão listados em um segundo documento, intitulado System Reference Document, ou apenas SRD. Logo, a OGL é a licença que permite a reutilização de conteúdos, enquanto a SRD apresenta o que pode ser reutilizado.
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