Você acha seus mapas à mão feios? Bem-vindo ao meu mundo!
Eu sofria do mesmo problema: Queria fazer sessões fantásticas e nada melhor do que um bom mapa para chamar a atenção dos jogadores. Porém, meus mapas desenhados à mão eram dignos de pena. Então, lembrei que estava no Século 21 e que, provavelmente, já existiriam diversas ferramentas para confeccionar meus mapas de forma que pareçam semi-profissionais. E não é que esses programas existem mesmo?
E por quê não disponibilizar essas ferramentas aqui no portal?
Hoje, tentarei ajudar você a criar seus próprios mapas com ferramentas fáceis de serem manuseadas e que geram um resultado satisfatório – mesmo para quem não possuí habilidade com programas de desenho e pintura.
Embora eu deva futuramente dar mais ênfase em como extrair o máximo de cada programa, esse compilado de programas já é o suficiente para você iniciar o desenho de seus mapas. Todos os mapas expostos abaixo foram confeccionados por nossa equipe, que possui cerca de dois anos de experiência com essas ferramentas.

Criado usando a ferramenta Inkarnate
Antes de vermos as ferramentas…
… é importante entendermos um pouco sobre geografia. Assim como na vida real, é necessário que tenhamos coesão na confecção de nosso mapa: não faz muito sentido (e é geograficamente impossível) termos um deserto de areia ao lado de uma tundra ou outro bioma típico das regiões frias. Entre dois biomas tão discrepantes (como deserto e taiga, por exemplo), há sempre alguns biomas que fazem essa transição de terreno ser suavizada. Usando um exemplo real, entre os Alpes Suíços e o Deserto do Saara, existem tundras, cadeias de montanhas, pequenos lagos, o Mar Mediterrâneo, ilhas da Itália, planícies africanas, regiões áridas e finalmente o deserto.
Eles estão relativamente próximos no mapa, mas há muitos biomas que os separam.
Note também que, em nosso mapa mundi, alguns biomas se repetem de acordo com os trópicos e linhas imaginárias. Por exemplo, entre a Linha do Equador e o Trópico de Capricórnio, existem Savanas na África e no Brasil (conhecido popularmente como Cerrado). Muitas florestas estão localizadas na Linha do Equador, como a Floresta Amazônica. Por último, as regiões mais frias do mapa se localizam nos extremos norte e sul do mapa, com o centro do mapa sendo as regiões mais quentes.
Você não precisa seguir à risca essas dicas, mas elas ajudam a deixar seus mapas mais fidedignos com a realidade – até porque, em RPG existe magia, o que pode fazer com que os fenômenos explicados acima não ocorram, o que pode render uma boa história.
1 – Paint para Windows 7

Tipos de Mapas: Cidades, Masmorras.
Você deve estar pensando: Como assim, o Paint? Sim, o Paint!
O Paint para Windows 7 possuí ferramentas mais robustas em relação ao Windows XP/Vista, mas ainda assim ele possui diversas limitações que definitivamente diminuem a sua utilização. Com muita paciência e tempo, você pode fazer um bom mapa. As ferramentas de Lápis + Shift para traçar linhas retas e Inserir Formas em um local de fácil visualização são uma mão na roda para quem está começando a criar seus mapas.
- Prós: Facilidade em construir a estrutura do mapa e fácil colocação de casas.
- Contras: Poucas ferramentas para utilizar.
2 – Excel
Tipos de Mapas: Masmorras.
Embora muitas pessoas não consigam compreender o Excel à primeira vista, ele é excepcionalmente eficiente quando o assunto é criar mapas – principalmente masmorras. As linhas e colunas podem ser ajustadas para criar um grid quadricular muito fácil de se trabalhar (basta clicar no pequeno triângulo que separa a linha das colunas e apertar o botão direito nas linhas ou colunas para definir o tamanho universal da tabela), e, utilizando a ferramenta de borda, pintar as paredes de sua masmorra. Por último, apertando novamente no triângulo e selecionando a ferramenta Balde de Tinta na cor Branco, você “apaga” as linhas que surgem quando você abre o programa, como na imagem abaixo.

Ele também é útil para colocar informações adicionais no mapa, como no pequeno exemplo acima, onde indicamos onde está a parede secreta e a conversão de cada quadradinho para metros. Você também pode clicar na ferramenta de bordas e selecionar uma borda mais larga, para criar as paredes de sua masmorra. Você pode colar imagens nele para representar objetos e armadilhas. Por último, para utilizar esse mapa, basta apertar o botão Print Screen de seu teclado e apertar Ctrl + V em um editor de imagens, e ele está prontinho para ser explorado pelo seu grupo.
- Prós: Facilidade imensa para utilizá-lo e ferramentas úteis para criar masmorras;
- Contra: Serve apenas para masmorras.
3 – Fantastic Mapper
Tipos de Mapas: Continentais, Globais
O Fantastic Mapper é um site que oferece uma ferramenta para criar mapas hexagonais. Embora ele esteja no período de testes, ele é bem intuitivo e fácil de utilizar, exigindo pouco de seu computador. Os mapas possuem um tom de fantasia/desenho à mão muito bonito, com diversos tipos de terrenos e variações. Ele te dá a oportunidade de salvar o mapa no próprio site, bem como exportá-lo para PNG. Dois pontos que se destacaram nele para mim é a grandeza do mapa – até onde vi ele é absurdamente grande – e o fato dele não soar tão artificial: Mesmo sendo hexagonal, os terrenos ultrapassam um pouco o limite do hexágono, dando um acabamento bem bacana na arte do mapa.

- Prós: Não precisa instalar nada, extremamente intuitivo e fácil de manejar, a arte do mapa é incrível.
- Contras: Constrói apenas de forma hexagonal, falta de biomas gélidos, falta ferramentas de desenho livre e ferramentas de texto. Não sei se isso ocorreu apenas comigo, mas o site gerou muitas mensagens de erro dizendo que o login não havia sido efetuado.
4 – Inkarnate
Tipos de Mapas: Continentais, globais
O Inkarnate, assim como o Fantastic Mapper, é uma ferramenta para criar mapas no seu navegador. Cada vez mais completo, o site oferece muitas opções de customização do mapa a cada atualização. O seu grande problema (ao meu ver) é a grande limitação de espaço de trabalho, fazendo com que mapas globais se tornem muito pequenos para caber na área disponível.
O legal desta ferramenta é que ela funciona de forma similar ao Photoshop, com a água e terra funcionando como se estivessem em camadas separadas. Ao inserir o terreno, mesmo que você pinte acidentalmente a água, não ocorrerá nada com ela. Ela pintará apenas os espaços que você delimitou como terra, diminuindo os riscos de você cometer algum acidente e ter que retroceder em seu trabalho. A arte e os traços do Inkarnate são similares aos mapas tradicionais de Dungeons & Dragons, e até as fontes disponíveis remetem muito ao jogo, trazendo um “que” de qualidade aos mapas. O fato de poder colocar notas no mapa é uma grande ponto a favor do Inkanate: Ali, você pode escrever a história da região ou do mundo, além do fato de poder colocar grids e ajustá-los conforme sua necessidade, sendo possível utilizar tais mapas em diversos programas para jogar RPG de mesa online ou, caso queira, imprimir o mapa e levá-lo para sua mesa presencial.

- Prós: Não precisa instalar nada, a arte utilizada remete à D&D, dando um ar mais profissional e a fonte é incrível;
- Contras: Falta de espaço para trabalho, limitação de objetos, terrenos e biomas (embora a ferramenta esteja adicionando novas opções a cada atualização).
5 – Campaign Cartographer 3
Tipos de Mapas: Todos
O Campaign Cartographer 3 é o programa que mais utilizei para criar meus mapas. Ele é extremamente completo, possuindo ferramentas específicas para a criação de diferentes tipos de mapas (como mapas sci-fi, de alta fantasia, entre outras opções) e apresentando diversas ferramentas bacanas para quem quer personalizar seus mapas (com uma delas, por exemplo, você pode colocar casas automaticamente e diferenciar uma casa da outra, só para ter uma ideia).
Outro ponto positivo do programa é que ele te dá suporte para construir qualquer tipo de mapa – de um mapa de taverna para um mundo inteiro, caso queira. Há uma infinidade de objetos para construir mapas locais, continentais e globais, sendo possível misturar os diversos gêneros que listamos acima. Para quem quer aprimorar sua habilidade em criar mapas (principalmente locais e cidades), esse programa é o mais recomendado.
Só há um problema: ele é bastante complexo e muitas de suas opções são bastante datadas. Além disso, é comum que o programa apresente erros durante sua execução e feche.

- Prós: Altíssima diversidade, o mais completo construtor de mapas que tenho conhecimento.
- Contras: Fácil de começar, extremamente difícil de masterizar. Alguns objetos disponíveis nele aparentam não terem sido vetorizados, deixando o objeto com um aspecto feio. E, é pago.
6 – Photoshop (ou outros editores de imagem)
Tipos de Mapas: Todos
O último programa (e o que mais permite que você personalize seu mapa) é o Photoshop/GIMP (ou outra ferramenta avançada de edição de imagens). Esses editores potentes te permite realizar diferentes tipos de tratamento para as fotos. A grande diferença entre ambos é que o Photoshop é pago (e caro), enquanto o GIMP é gratuito. O que eu acredito que seja a maior vantagem deles para os demais – e, ao mesmo tempo é a parte onde os iniciantes “travam” – é a capacidade de utilizar camadas.
Vamos supor que você possua dois cadernos: Em um deles, você escreva na frente e no verso, enquanto que no segundo caderno, você escreva apenas na frente e passa para a folha seguinte. O que acontece se você rasgar a folha dos dois cadernos? Você vai perder muito do que escreveu do primeiro caderno, já que usava as duas faces da folha.
Resumidamente, camada é isso: São diversas folhas onde você pode escrever/desenhar o conteúdo que quiser nela, mas, quando alguma alteração é feita, apenas a camada selecionada é alterada, mantendo tudo o que realizou em outras camadas intacto. E, para determinar o que é visto, as camadas que estão “em cima” possuem prioridades sobre as demais. E o que isso quer dizer?
Vamos supor que, em uma camada, você usou o balde de tinta na cor azul na camada inteira, para simbolizar o mar. E, em uma segunda camada transparente, você selecionou apenas metade da camada e pintou de marrom, simbolizando a terra. Se a camada do mar ficar com prioridade (em cima de todas as outras camadas), ela irá cobrir totalmente a terra, já que você pintou a camada inteira. Agora, se você deixar a camada de terra na frente (lembre-se que você pintou apenas metade da camada), ela irá mostrar a terra completa que você pintou e metade da água que ficou por baixo desta camada, que ficou “em branco” na camada da terra. Simples, não é mesmo?
E esse jogo de camadas é o que torna o Photoshop tão bom para confeccionar mapas. Você pode colocar a camada menos importante por baixo (o mar, por exemplo), e ir complementando-a para terminar seu mapa. apagando com cuidado as camadas superiores para mostrar tudo o que há por debaixo destas camadas.
Você pode construir qualquer tipo de mapa no Photoshop/Gimp, com a diferença que você não precisa se prender ao estilo que os outros programas impõem, já que você (literalmente) irá construir seu mapa.
A esquerda, uma pequena vila. A direita, um continente para minha campanha homebrew.
- Prós: O programa é ilimitado, te permitindo construir qualquer tipo de mapa, é muito rápido para fazê-los quando você masteriza a ferramenta. O nível de detalhamento é altíssimo e os efeitos que pode dar ao mapa são diversos.
- Contras: Difícil de masterizar, você precisa de muitos tiles (imagens para preencher o mapa, como o mar acima, por exemplo) e pincéis para criar um mapa bonito.
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