Se você sente que suas descrições não são imersivas, essas dicas podem te ajudar!
É engraçado como alguns eventos inesperados que ocorrem conosco criam um gatilho para algumas postagens. Há algum tempo atrás, estive jogando o Livro-Jogo A Masmorra da Morte (que você pode comprar na Amazon) e uma descrição mal-dada pelo livro quase me induziu ao erro.
Isso me fez pensar: será que nós, mestres, não cometemos esse mesmo erro quando estamos narrando para nossos jogadores?
Das três habilidades essenciais para os narradores (domínio de regras, interpretação e descrição), a descrição era o pilar onde eu (e provavelmente muitos dos narradores novatos) mais pecava quando comecei no RPG há mais de dez anos atrás.
Hoje, nós temos algumas dicas para quem tem problemas em descrever as cenas!

Arte de Grady Frederick, disponível no Artstation!
Utilize os sentidos
Nas descrições, comumente os mestres acabam se apegando a descrição visual, ou seja, narram o que o personagem enxergam em detrimento dos demais sentidos. No entanto, descrever os demais sentidos é tão importante quando a visão do personagem e ajudam a enriquecer a narrativa, dando possíveis gatilhos aos jogadores.
Um pequeno exemplo: A brisa de vento em uma caverna pode indicar onde fica a saída do lugar.
A utilização dos demais sentidos ajuda a aumentar a imersão dos jogadores e fornece informações adicionais que podem ser úteis a eles, como o exemplo acima. Os demais sentidos também podem ser utilizados para anteceder perigos, como o cheiro de podridão e sons de grunhidos.
Uma ferramenta que você pode utilizar é deixar de descrever um sentido que se repete (como um cheiro impregnado em todo o ambiente) para captar a atenção dos jogadores.
A descrição Sherlock Holmes
Um bom jogo que recomendamos aqui para quem quer dar aprimorar a descrição é Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter, disponível em todas as plataformas de jogos atuais.
Ao observar um personagem, o jogo não te informa estado emocional, nível de riqueza ou informações semelhantes. Em vez disso, o jogo te permite observar rapidamente o personagem e detectar pontos de interesse, como um pano no bolso da camisa, marcas de óculos no rosto, tatuagens e afins.
Com isso, o jogo permite que você – jogador – tire a sua própria conclusão sobre o personagem, baseada nas informações encontradas.

O personagem é um físico, dotado de alguma fortuna e está doente.
Evite dar descrições sobre as condições físicas ou mentais de seu NPC (como por exemplo: ele está cansado). Em vez disso, forneça detalhes do personagem que podem levar os jogadores chegarem a essas conclusões (mesmo que a conclusão deles seja equivocada).
Por exemplo:
- Olheiras, irritação ocular e marcas de expressão definidas indicam que o personagem não dormiu direito, o que pode substituir a frase “o personagem está cansado”.
- Uma tatuagem mal feita pode ser indicativo de que o personagem já foi preso ou não possui poder aquisitivo o suficiente para realizar uma tatuagem de qualidade;
- Um anel de sinete com joias que remetem pouco poder aquisitivo pode significar que a família portadora do anel está em decadência ou é uma falsificação realizada por um artífice ruim.
Faça uma tabela com objetos
Para quem está narrando no improviso, criar uma pequena tabela com alguns objetos poderá te ajudar a povoar o ambiente, sendo particularmente útil na descrição mais detalhadas de salas e afins.
Usar miniaturas também pode te ajudar nesse sentido.
Descrição como Personagens
Uma outra dica que você pode utilizar para dar um up nas descrições é tratar o ambiente como se fosse um personagem.
Um exemplo: As tábuas de madeira que compõem um piso não são simples tábuas. Descreva seu cheiro, seu estado (nova, antiga, quebrada), sua textura (se é lisa ou áspera), as criaturas que vivem dentro de suas ranhuras (cupins, formigas), etc.
Isso dá uma riqueza ao cenário quando não usado de forma exagerada. Falando nisso…
Evite descrições exageradas
Uma possível falha que poderá ocorrer é você acabar exagerando na descrição, tornando-a maçante para os jogadores – o que pode gerar desinteresse.
Uma boa descrição deve ser sucinta para não cansar os jogadores e ao mesmo tempo cativante ao ponto de aguçar a curiosidade de seus jogadores. Uma sugestão é dar um panorama geral sobre o que está sendo descrito e detalhá-lo conforme os personagens forem questionando ou se aproximando do objeto.
O mesmo vale para objetos e armadilhas: se você descrever exageradamente determinado objeto ou lugar e descreve pouco do resto do ambiente, você vai atrair a atenção do seu jogador para o objeto/local descrito. Quando esse “atração” se encerrar, os jogadores irão ignorar o resto do cenário e partirão para um novo lugar/cenário.
Grave suas partidas (se possível)
A melhor forma de você aprimorar sua descrição é receber o feedback (opinião) de seus jogadores.
Caso seus jogadores não sejam muito exigentes com a parte descritiva, será muito difícil para você enxergar seu progresso. Nesses casos, uma alternativa viável que você pode utilizar é gravar suas partidas com um celular (ou usando aplicativos de gravação, em um computador) e analisá-las em outro dia. Com isso, você é capaz de enxergar seus erros e pensar em ações corretivas para sanar o problema encontrado.
Importante: avise seus jogadores que você está gravando a partida. Nem todo mundo se sente confortável ao saber que está sendo gravado.
A prática leva a perfeição
Embora essas dicas possam te ajudar a melhorar a descrição, apenas a prática irá te levar a melhoria. Além de narrar, jogue RPG com outros narradores e veja como eles narram, adquirindo para si os pontos fortes de sua narrativa e a reflexão se você não está repetindo os pontos ruins dos mesmos.
Sempre peça feedback de seus jogadores, absorva os comentários e faça uma auto-crítica com a sua narrativa e onde você pode melhorar.
Sugestões
Para concluir, temos algumas recomendações que podem lhe ajudar a descrever melhor:
- Leia aventuras prontas e livros-jogos: as aventuras prontas contam com descrições dos mais diversos ambientes. Isso pode te ajudar a criar suas próprias descrições;

• Assista a campanhas disponíveis na internet: diversos canais no Youtube publicam suas aventuras na íntegra. Se você não encontrou mestres para narrarem uma aventura para você, essas campanhas lhe ajudarão a entender o cacoete dos mestres que narram Brasil afora.
Gostou das dicas? Elas te ajudaram a melhorar em sua descrição? Deixe sua opinião nos comentários!
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