A empresa responsável por Call of Cthulhu é a primeira a anunciar seu total rompimento com o serviço.
A discussão acerca de ilustrações criadas por inteligência artificial e RPGs começou a tomar conta da comunidade RPGística. E a Chaosium, estúdio responsável por títulos como Runequest e Chamado de Cthulhu, anunciou que não usará este tipo de serviço em suas criações!
Através de uma nota disponibilizada em seu site oficial, o estúdio, através de seu presidente Michael O’Brien, anunciou que ilustrações criadas por inteligência artificial não serão usadas em suas publicações de hoje em diante, citando diversos motivos – alguns deles, legais (no sentido de lei).
Abaixo, você poderá conferir a nota oficial da editora, traduzida para o nosso idioma:
Arte é um assunto importante para a Chaosium, e nossos artistas merecem muitos créditos pelo nosso sucesso ao longo de diversos anos.
Nós estamos atualizando nosso modelo de contrato de arte, incluindo que o fornecimento de artes criadas por IA não poderão ser usadas: o trabalho necessariamente deve ser produto de um artista humano que pode comprovar que a arte é sua, e que não deve conter o uso derivado e não licenciado do trabalho de alguém.
Nós estamos preocupados acerca da ética que envolve artes criadas por AI e seu impacto no sustento de artistas e na capacidade dos ilustradores de manterem o controle sobre o uso de suas criações.
E em um nível mais pragmático, nós acreditamos que há uma chance significativa de que a corte americana irá, em breve, declarar que artes publicadas através de IA violam os direitos autorais dos artistas – muito provavelmente, milhares de artistas. Ainda, há a possibilidade de que a União Européia – ou ao menos, alguns membros da UE – crie legislações que efetivamente proíbam os programas de IA que existem atualmente (de operarem).
Então, em suma: se você cria ilustrações para nós, não use IA.
Na próxima vez que você comprar um jogo da Chaosium, você pode ter a certeza de que todas as artes ali presentes são produtos de um artista humano que é apaixonado por nossos jogos e pelos mundos que criamos, em vez de ser um conjunto de algoritmos e comandos.
Nota oficial da Chaosium, traduzida para o português por nossa equipe.
Entendendo o problema
Artes criadas por inteligência artificial vêm sendo a grande polêmica dos últimos dois meses, com a difusão destes serviços em sites convencionais.
Funciona da seguinte forma: através de tags inseridas pelo usuário (como por exemplo, druid), o gerador de artes tentará criar algumas imagens baseadas no tema escolhido por você (neste caso, druid) através de sua inteligência artificial. É possível determinar diversos parâmetros para que a arte criada se adeque ao seu gosto.
O grande x da questão é o processo adotado para que estas artes sejam criadas.
Para que a inteligência artificial “recrie” uma arte, é necessário haver um banco de dados com “modelos” de artes: quando um usuário do site pesquisa por um tema, a IA irá procurar por artes que correspondam a estes temas em seu banco de dados, e então fará as modificações desejadas pelo utilizador. Portanto, o que a IA faz, é, na verdade, uma recriação de uma arte já existente.
A LAION, empresa sem fins lucrativos que treinou essa IA através de machine learning, coletou mais de 5.8 bilhões de imagens para que compusessem o banco de dados da inteligência artificial.
Todavia, muitas das artes utilizadas nestes bancos de dados são protegidas por direitos autorais, e não poderiam ser utilizadas para estes fins.
Apenas para servir de exemplo: ao pesquisar “druid tree” em um destes serviços online, uma das possíveis recriações desta inteligência artificial envolve uma árvore, envolta pela borda tradicional de uma carta de Magic: The Gathering.

O artista Greg Rutkowski, ilustrador que já criou cartas de Magic: The Gathering e capas de livros de Dungeons & Dragons, foi um que teve suas fantásticas ilustrações inseridas no banco de dados. Se você usar o nome do ilustrador polonês dentro de gerador, acrescido de um tema, é provável que você obtenha como resultado uma arte previamente criada por ele, com algumas modificações pontuais, a depender do tema que você inseriu.
Existe a preocupação destes ilustradores perderem trabalhos – e por consequência, precisarem arranjar um novo emprego – por conta desta nova tecnologia.
E para nós não nos alongarmos aqui, nem vamos entrar no mérito de que diversos sites estão criando modelos de assinatura: normalmente, o uso desta ferramenta é limitada a “x” vezes ao dia.
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